Iniciativa global já conta com a adesão de mais de 80 países, incluindo organizações internacionais e ONGs. Argentina decidiu aderir após o anúncio de Lula.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu início, nesta segunda-feira (18), à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, em um evento de destaque na Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro. A iniciativa, que visa enfrentar as desigualdades sociais e combater a fome em diversas partes do mundo, foi abraçada por mais de 80 países, além de organizações internacionais e ONGs. Em seu discurso de abertura, Lula destacou a importância da ação conjunta entre nações para garantir um futuro mais justo e igualitário para milhões de pessoas que ainda vivem em condições de extrema vulnerabilidade.
A importância da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza:
Durante a cúpula, Lula declarou a oficialização da aliança, que, embora tenha nascido no G20, tem um caráter global. “A Aliança nasce no G20, mas seu destino é global. Que esta cúpula seja marcada pela coragem de agir”, afirmou o presidente brasileiro, em um chamado à ação. A iniciativa já conta com a adesão de 148 membros fundadores, incluindo 82 países, a União Africana, a União Europeia, além de 24 organizações internacionais, nove instituições financeiras e 31 organizações filantrópicas e não governamentais.
A adesão da Argentina:
Originalmente, a Argentina não estava incluída na lista dos países participantes da aliança, mas, após o anúncio de Lula, o governo argentino decidiu aderir à iniciativa. Isso reflete a importância do projeto e a necessidade de uma frente unida no combate à fome e à pobreza global.
Discurso de Lula e a situação da fome no mundo:
No evento, o presidente brasileiro fez uma análise sobre a realidade das desigualdades no mundo, fazendo um paralelo com o Rio de Janeiro, cidade sede da cúpula. “A cidade é a síntese dos contrastes que caracterizam o Brasil, a América Latina e o mundo: de um lado, a beleza exuberante da natureza sob os braços abertos do Cristo Redentor; do outro, injustiças sociais profundas”, afirmou Lula, destacando o quadro de desigualdades que afeta a população mundial.
De acordo com um relatório recente da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), cerca de 733 milhões de pessoas passaram fome no mundo em 2023 — um número equivalente à soma das populações de países como Brasil, México, Alemanha, Reino Unido, África do Sul e Canadá. “São mulheres, homens e crianças, cujo direito à vida, à educação, ao desenvolvimento e à alimentação são diariamente violados”, disse Lula, enfatizando a urgência em combater essas estatísticas alarmantes.
A crise militar e os gastos globais:
Em seu discurso, Lula também fez uma crítica contundente aos gastos globais com armamentos, que alcançam dois trilhões e quatrocentos bilhões de dólares. “Em um mundo no qual os gastos militares chegam a esse nível, a fome e a pobreza são inaceitáveis”, disse, reforçando a necessidade de priorizar investimentos em áreas que promovam a dignidade humana e o bem-estar social.
Geopolítica e desafios na Cúpula do G20:
A cúpula do G20, que reúne os maiores líderes mundiais, tem sido marcada por desafios geopolíticos e discordâncias sobre temas como a guerra na Ucrânia e o conflito em Gaza. Esses pontos sensíveis têm dificultado a construção de consensos, especialmente em relação à elaboração da declaração final. No entanto, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza surge como uma plataforma para enfrentar uma das questões mais urgentes no cenário atual: a luta contra a desigualdade social.
Conclusão:
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada por Lula na Cúpula do G20, é um marco na luta por justiça social e dignidade humana. Com a adesão de dezenas de países e organizações, a iniciativa busca construir uma rede de cooperação internacional para combater a fome, promover o desenvolvimento e reduzir as desigualdades. A cúpula do G20, além de discutir temas de relevância global, agora tem em sua agenda uma questão central para a humanidade: o enfrentamento das causas estruturais da fome e da pobreza.
